domingo, 30 de junho de 2013

Dilma Rousseff recebe movimentos juvenis

Rede FALE participa de reunião da presidência com lideranças de movimentos juvenis 


Representantes presentes na reunião no Palácio do
Planalto/ Roberto Stuckert Filho/PR
Na manhã do dia 28 de junho de 2013 a presidenta da Republica, Dilma Rousseff, recebeu no palácio do Planalto 25 lideranças juvenis dos mais diversos setores (juventudes do campo, trabalhadores urbanos, redes, comunicadores, mulheres, estudantes, religiosos e outros). Diante dos diversos protestos ocorridos nas últimas semanas, o governo intencionou realizar algumas escutas, para que sua compreensão dos acontecimentos pudesse estar não só mais próxima da realidade, mas também das agendas que vem das ruas.
A presidenta se colocou numa postura de diálogo e entende esse momento como uma oportunidade de ampliar direitos, percebendo que uma atitude conservadora não nos ajuda a avançar. Dilma defendeu, na questão da Reforma Política, que fosse realizado o plebiscito, e que as questões principais reclamadas pela população nas ruas fossem a base para esta discussão.
 As demandas apresentadas pelos movimentos ali presentes, abarcaram a amplitude de vozes vinda das ruas, defendendo a luta do transporte público, que deve ser encarado como direito e não como serviço, bem como maiores investimentos (financeiro e político) em educação, saúde, trabalho decente, reforma agrária, direitos humanos, reforma política e tributária. Alessandro Melchior, presidente do Conselho Nacional de Juventude (CONJUVE), ressaltou a necessidade de maiores investimentos e institucionalização das políticas de juventude no país, bem como canais permanentes de diálogo direto da presidência com as diversas juventudes, para que estes não ocorram apenas em momentos de crise.
Ainda foi anunciado pelo CONJUVE a elaboração de um relatório dos abusos cometidos pelas forças policiais na repressão as manifestações em todo o Brasil, que será apresentado aos estados da federação bem como a Organização dos Estados Americanos (OEA).
Morgana Boostel, secretária executiva da Rede FALE aponta que “percebemos avanços no processo de diálogo, mas o calor das ruas precisa continuar e apontar novos caminhos. Precisamos continuar exercendo nossa voz profética diante das autoridades, para que alcancemos avanços na garantia e implementação de direitos, em especial pelos que mais sofrem.”
Morgana Boostel explicando a presidenta Dilma Rousseff
o conteúdo das cartas apresentadas/Roberto Stuckert Filho/PR
Nessa mesma oportunidade a Rede FALE entregou à presidenta Dilma Rousseff uma carta subscrita por mais de 100 lideranças religiosas que são contrárias a aprovação da PL 7663/2010 (carta disponível aqui). Este projeto versa sobre a política de drogas, propondo a institucionalização da internação compulsória, criminalização dos usuários entre outros pontos. Entregou também uma carta pastoral sobre a ocupação do complexo de favelas da Maré, no Rio de Janeiro (veja o documento aqui), realizada de forma arbitrária pela força policial, que conduziu a morte de 13 pessoas na operação.


NOTA DE ESCLARECIMENTO:

A Rede FALE esclarece que, ao contrário do que foi publicado pelo Jornal O Globo, do Rio de Janeiro, em matéria na página 4, com chamada na capa, da edição de 29 de junho de 2013, não temos “afinidade" com o governo de Dilma Rousseff. Nosso diálogo com o poder público, em todas as esferas, inclusive na federal, sempre se estabelece a partir de agendas, e com o propósito de ser voz profética na sociedade. Contrariando a matéria do jornal, afirmamos que sim, estivemos presentes nas manifestações que ocorreram por todo Brasil, ainda que de maneira não previamente planejada. Em nosso site, inclusive, há uma série de relatos e reflexões de integrantes da Rede a respeito dos ocorridos. A partir destas experiências, ainda, a Rede publicou cartas abertas aos governos e autoridades em oposição a maneira como estes se portaram diante das mobilizações. Esclarecemos também que "orando pela justiça" é, na verdade, um evento que a rede promove em igrejas por todo o país com o intuito de chamar a atenção das comunidades de fé para as questões de defesa de direitos que estão em pauta no momento. Nossa proposta é estimular a oração e também a ação. E o lema da Rede Fale, desde a sua fundação é 'Levante sua voz contra a injustiça", baseado no texto de Provérbios 31.8-9.

3 comentários:

Pedro Grabois disse...

A carta dos pastores sobre a lei de drogas está disponível aqui: http://vivario.org.br/wp-content/uploads/2013/06/Manifesto-Evang%C3%A9lico-2.pdf

Diego... disse...

segue abaixo o link de um dos docs apresentados à presidente! http://vivario.org.br/wp-content/uploads/2013/06/Manifesto-Evang%C3%A9lico-2.pdf

Unknown disse...

Me causou tristeza ler esta notícia, pois sabendo da grande oportunidade de se manifestar contra pontos claramente antibíblicos como o movimento gay e sua agenda contra a família e a questão do aborto, preferiu se manifestar contra a criminalização do usuário de drogas e outras idiossincrasias bíblicas. O usuário, para grande maioria, pode parecer "inocente" na sua condição, mas não para o cristão, que não deve coadunar com as práticas pecaminosas. Sim, usar drogas é pecado, ou julgam vocês que não? Nem preciso lembrar que são estes mesmos usuários que sustentam os traficantes que se apropriam de comunidades carentes e implantam sua liderança baseada no terror e aversão à autoridade do Estado, que segundo Paulo devemos obedecer (Tito 3.1-7). Por tudo o que foi escrito e outras coisas mais, que não escrevi por falta de disposição mental, sinto pela Rede Fale ter se preocupado apenas com estas "agendas".