terça-feira, 23 de julho de 2013

Encontro Regional da Rede FALE Minas Gerais

Nos dias 27 e 28 de julho de 2013, a Rede Fale Minas, junto com a ABU Mariana realiza o Encontro Regional da Rede Fale Minas Gerais, que acontecerá em Mariana - MG. Para Roberta Nunes, estudante de Universidade Federal de Ouro Preto, articuladora da Rede FALE e da ABU Mariana, essa iniciativa tem o interesse de manifesta uma fé comprometida com a justiça e aos desafios de seu tempo. “ É um evento de formação que reconhece a necessidade de a nossa fé responder aos problemas do país“, afirma Roberta.
Os preletores são Paul Freston e Caio Marçal. Freston é autor de vários livros publicados pela ABU Editora e Ultimato e atualmente é pesquisador sênior da Baylor University (EUA) e professor na Universidade Federal de São Carlos (SP). Caio Marçal é missionário e secretário de mobilização da Rede Fale. Estudou Missão Integral no Centro Evangélico de Missões e é articulista da Novos Diálogos.

INSCRIÇÕES: Faça seu cadastro, confira a programação e inscreva-se no link: http://migre.me/fsj10

VALOR: R$ 15,00 - incluso alimentação durante o evento, apostila, e estadia.



segunda-feira, 22 de julho de 2013

"Igreja & Participação Social" - Encontro em São Luís


A Aliança Bíblica Universitária do Brasil e a Rede FALE convida membros e lideranças de igrejas locais na região metropolitana de São Luis-Ma para o encontro "Igreja & Participação Social" com Alexandre Brasil. Alexandre é sociólogo, doutor em sociologia pela USP com pós-doutorado pela Universidade de Barcelona, é também professor adjunto da UFRJ, membro da Comunidade Presbiteriana da Barra da Tijuca e Assessor no Departamento de Diálogos Sociais da Secretaria Nacional de Articulação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República. É autor de Evangélicos e Mídia no Brasil (Edusf, 2003) e Relações e Privilégios (Novos Diálogos, 2011), entre outros.
O encontro tem como objetivo apresentar estes mecanismos já existentes, criar o diálogo, discutir e aproximar as igrejas dos espaços públicos, legítimos e legais de atuação social. Por isso convidamos você que é lider e demais interessados.
Para mais informações, veja o cartaz abaixo:



segunda-feira, 8 de julho de 2013

Relatos sobre o 2° Orando pela Justiça

No dia 29 de junho aconteceu o 2° Orando Pela Justiça. Segue alguns depoimentos de Grupo locais da Rede FALE:


“Então, em Aracaju discutimos também, sobretudo sobre nossa cidade. Também procuramos aprofundar o significado do tema, corrupção, para além de desvios de verbas e favorecimentos, e chegamos a uma conclusão prévia de que a corrupção no estado nasce de quando interesses privados se sobrepõem aos interesses públicos. Por fim, procuramos discutir a "endoética" dos crentes e como necessitamos nesta área de cobertura da parte de Deus para que não caiamos nos erros que recorrentemente condenamos. Mas, principalmente oramos. Foi muito bom, abençoador“! Magaiver Correia - Articulador da Rede FALE Aracaju


“Aqui em Teresina nós falamos um pouco da visão bíblica sobre a justiça e o necessitado... Depois falamos sobre vários eventos que estão acontecendo no Brasil e demos um foco no nosso estado do Piauí. Falamos sobre a seca, prostituição infantil,violência familiar e sobre o que as manifestações afetarão a política local, e a mudança dos paradigmas quanto a realidade do povo sertanejo e a forma de se fazer política com o pobre. Depois fizemos pequenas rodas de oração onde cada um teve a oportunidade de se familiarizar com um tema especifico para orar e possivelmente pesquisar e propor intervenções... Foi muito bom“! Saulo Junior - Articulador da Rede FALE Teresina


“Aqui em Uberaba a conversa foi algo mais pessoal. Cada um falou mais sobre si mesmo. Foi bem bacana. Não falamos tanto em relação à corrupção governamental, falamos mais de como a corrupção nos afeta no nosso dia-a-dia, o quanto somos negligentes na nossa vida devocional e como essa distância de Deus nos torna mais egoístas e indispostos para servir... Falamos muito sobre servir, falamos como às vezes nos mantemos à parte dos problemas que nos cercam e com isso pecamos contra Deus e o deixamos de adorar“. Renan Porto - Articulador da Rede FALE em Uberaba

“Um despertar de mentes para os assuntos de ordem mais "social", uma resposta de orações de já algum tempo por parte de pessoas que já queriam iniciar o fale aqui e que agora começou de fato“. Steffi de Castro – Articuladora da Rede FALE São Luís

“Tivemos duas rodas de conversa sobre o que está acontecendo no Brasil e combate a corrupção. Muito sucesso! Amigos da Rede promoveram momentos de oração num acampamento“. Rafael Lira – Articulador da Rede FALE São Paulo


“O Orando pela Justiça aqui foi uma reunião abençoada, com boa representação e debate e oração sobre conjuntura atual. Vamos nesta semana finalmente começar o projeto de monitoramento jovem de políticas públicas e a campanha "gente não é coisa" em prol de politicas para a população de rua“. Kleber Oliveira - Articulador da Rede FALE em Linhares

“Orando pela Justiça foi um ato profético, ocasionado pelo sentimento de indignação santa. Homens e mulheres com o mesmo foco, intercedendo pela nação e por aqueles que querem trabalhar para esta mudança. Entendemos o nosso papel profético de sair as ruas e lutar pela justiça a favor de todos. Sabemos que esta mobilização tem gerado pequenas mudanças que a longo prazo serão significativas“. Haddon Guimarães - Articulador da Rede FALE em Belo Horizonte


quinta-feira, 4 de julho de 2013

Evangélicos e Estado Laico: reflexão necessária



“Não por força nem por violência, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos “(Zacarias 4:6).

Protestante proibido de se enterrado 
no cemitério em Aracati - CE

Na manhã do dia 28 de junho de 2013, a Rede FALE esteve junto com diversas lideranças de movimentos juvenis numa reunião com  a presidenta da Republica, Dilma Rousseff. Morgana Boostel, secretária executiva da Rede FALE e nossa representante nesse encontro, ressaltou entre outas questões, a defesa do estado laico.

Há aqui uma pergunta essencial: Por que a defesa do estado laico é tão cara para uma rede que tem viés evangélico? Como esse tema se insere nas bandeiras necessárias para o amadurecimento da democracia brasileira?
Em primeiro lugar, urge lembrar que o protestantismo no seu início sentiu na pele como um estado cooptado por um determinado grupo religioso hegemônico (Catolicismo) pode causar estragos. O Protestante não apenas entrou pelas portas do fundo na vida brasileira, como lhe é negado uma série de direitos como, por exemplo, ser enterrado num cemitério público, ter seu casamento reconhecido pelo estado ou liberdade plena de culto. Isso sem falar nas violências que somente a discriminação pode causar naqueles que se tornam alvos preferenciais. Não faltam na história do seu nascedouro de relatos de abusos, agressões, humilhações e desrespeito contra seus adeptos.

Porém é nesse contexto lúgubre, que se constrói uma das grandes contribuições dos evangélicos para nosso país: a defesa do estado laico. Nomes como Robert Kalley, líder congregacional, são importantes na pressão feroz junto as autoridades do Brasil para que houvesse separação entre igreja e estado. Na constituição de 1891 da então recente república brasileira, é consagrada separação entre a igreja e o estado, bem como outras medidas tais como a plena liberdade de culto e a secularização dos cemitérios.

Embora esses direitos reconhecidos sejam conquistas importantes, não significa que essas não sofreram muito para se tornarem efetivos. Não faltaram tensionamentos que forçaram diversos grupos (dentre eles os protestantes) a defenderem a manutenção do estado laico.  Quando em 1925,  se é proposto emendas a constituição que dariam reconhecimento oficial para Igreja Católica como a religião oficial do Brasil e que a mesma teria o papel de controlar a educação nas escolas públicas, igrejas evangélicas lideradas pelo reverendo presbiteriano Erasmo Braga na luta pela preservação dos seus direitos.

Percebemos aqui que existe um longo histórico de engajamento social em favor da laicidade do estado. É preciso lembrar que esse direito não apenas reconhece a pluralidade de religiões, mas que nenhum grupo que se valha de sua força ou influência no âmbito dos poderes de nosso país, pode usá-la para exercer de forma ilegítima a tirania sobre aqueles que fazem opção de fé diversa àquela que diz professar.

Cartaz da Campanha contra o voto de Cajado
Como uma rede que tem em sua matriz a fé no Cristo, não podemos aceitar que se use o estado para converter nosso semelhante na marra. É preciso lembrar o quão desastroso quando a Igreja se assenhorou dos tronos desse mundo para impor seus valores de forma equivocada. Reafirmamos aquilo que proclamamos outrora na Campanha Contra o Voto de Cajado: Deus não precisa de precisa de apadrinhamento político para cumprir seus propósitos na História e é Ele quem defende sua Igreja. A Igreja, antes de desejar os tronos desse mundo, só reina pelo Serviço, na busca da Justiça e pela propagação do Amor que encontramos nos braços afetuosos do nosso Pai Eterno.

Em tempos de voto de cajado e na transformação de igrejas em currais eleitorais para fins pouco republicanos, é necessário reconhecer que ainda hoje a tentativa de fragilizar essa contribuição tão relevante do protestantismo brasileiro. É lamentável que o esquecimento de nossa história faz com que alguns irmãos cometam o equívoco de se mancomunar com os Reinos desse mundo para impor sua fé. Não podemos agora usar as mesmas armas que afligiram nossos irmãos no passado. Em respeito ao legado de nosso passado, não há outro caminho senão defender a laicidade do estado. Caso contrário, negaremos nossa identidade como seguidores de Jesus, o Nazareno.

Em Cristo,

Caio Marçal – Missionário e Sec. de Mobilização da Rede FALE