terça-feira, 22 de outubro de 2013

Boletim de Oração da Rede FALE - Outubro e Novembro de 2013







Prezados irmãos e irmãs da Rede FALE,
Saudações Cristãs! 

Segue o novo Boletim de Oração da Rede FALE. Caso você queira também baixar um link em PDF, clique aqui!

Nele você encontrará um texto devocional, pedidos de intercessão sobre nossas campanhas e ações de nossos grupos locais.
Não deixe de orar conosco e de mobilizar outros irmãos para interceder em favor da promoção do Reino de Deus e Sua Justiça!

Coordenação de Oração e Liturgia da Rede FALE 



quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A Missão da Igreja ante a Corrupção

“Não pervertam a justiça nem mostrem parcialidade. Não aceitem suborno, pois o suborno cega até os sábios e prejudica a causa dos justos.” (Dt. 16:19 – NVI)
Um estudo da Fundação Getúlio Vargas mostrou que o Brasil tem perdido com atos de corrupção em torno de 1,38% a 2,3% do Produto Interno Bruto, ou seja, entre R$ 50 bilhões e R$ 84,5 bilhões, segundo os dados da economia brasileira relativos a 2010. O mesmo estudo também mostra que a redução de apenas 10% no nível da corrupção, aumentaria em 50% a renda per capita do brasileiro, num período de 25 anos.
Contudo, essas tramóias não acontecem apenas nos altos escalões do Poder, mas jaz também nas microrrelações cotidianas, nas diversas estruturas e instituições da sociedade civil. Tudo isso acontece porque somos uma sociedade baseada no “acumular posses” e no “ter”, em detrimento do “ser”, o que potencializa o desvalor da vida e o crescimento da miséria.
Esse vírus diabólico que tenta contaminar a todos busca, inclusive, fragilizar a compreensão do legado ético da Palavra de Deus, no que diz respeito ao papel da Igreja de Jesus, que é, antes de tudo, promover o evangelho do Reino, que traz novidade de vida e sinaliza os valores do Deus que afirmamos servir. O Deus que servimos não tolera a corrupção e “repudia as balanças desonestas” (Pv. 11:1). Acusa o corrupto de só pensar em “lucro desonesto, derramar sangue inocente, opressão e extorsão.” (Jr. 22:17).
O Cristo acossado no deserto pelo poder maligno corruptor, que promete os Reinos desse mundo para facilitar sua missão, prontamente o fustiga, pois tinha consciência que tanto os fins como os meios importam no projeto de Redenção da humanidade e que só se pode subverter e transtornar os poderes opressores quando nossa práxis destoa dos atalhos desonestos da prevaricação.
Logo, nossa luta contra a corrupção, antes de ser motivada por uma agenda partidária ou por alguma ideologia, faz parte do nosso papel de abençoadores da nossa geração e deve nos levar a denunciar o “governante que exige presentes, o juiz que aceita suborno, os poderosos que impõem o que querem.” (Mq. 7:3).
Portanto, ante tanto nepotismo, coronelismo, tráfico de influências e mordomias absurdas, nós somos convocados a viver de forma diferenciada e a sermos instrumentos proféticos para o bem de todos.
Oração:
Senhor, livra-nos da sede de poder, que polui nosso coração, que gera morte e divisão. Sejam, por Tua Graça, calçados os nossos pés no zelo pelo que é correto e pela Implantação do Teu Reinado nesse mundo. Que permaneças conosco quando formos tentados a vender nossa integridade nos áridos caminhos que trilhamos nesse mundo. Fortalece nossa voz, para que o mundo saiba que é possível sonhar com a vereda da Justiça. Guarda nosso coração do mal e nos livres dos desejos de poder que distorcem a fé. Pedimos em nome do Cristo, Nossa Viva Esperança. Amém!
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Caio Marçal é missionário e Secretário de Mobilização da Rede FALE. É casado com Viviane e membro da Igreja Batista da Redenção.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Por uma alimentação realmente saudável

Por Daniela Frozi
6 de outubro: dia mundial da alimentação. Uma data festiva que teve seu início em 1981 e é atualmente comemorada em mais de 150 países. Tornou-se uma importante maneira de resgatar a consciência sobre o ato alimentar, inclusive conscientização política relacionada com os diferentes desafios que a alimentação representa para a sociedade e para o planeta como um todo. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) dá destaque à data e ajuda a aumentar a compreensão de problemas e soluções na busca pela erradicação da fome.

Modelos de produção de alimentos baseados em formas insustentáveis de desenvolvimento colocam em risco o meio ambiente e as pessoas, ameaçam o fim das tradições alimentares por causa da padronização dos alimentos feita pela indústria e avançam sobre a biodiversidade dos ecossistemas alimentares. 


Os clamores individuais de grupos sociais por profundas mudanças em nossa agricultura e nosso sistema alimentar se tornam um clamor coletivo da sociedade. Neste dia especial, o que está posto são diferentes perguntas reflexivas. Por exemplo: como seria um sistema alimentar sustentável? É possível passarmos da situação atual para essa proposta? O que precisaria ser mudado e o que precisaria ser mantido para nos mover nessa direção? O Dia Mundial da Alimentação de 2013 é uma oportunidade para refletirmos sobre essas e outras questões, e ajudarmos a construir, de fato, um futuro que nós queremos. 



Reconhecemos a centralidade do tema da alimentação no Brasil, principalmente no que incide sobre nossos específicos grandes desafios, como: o uso abusivo de agrotóxicos, a intensa liberação de sementes transgênicas e a forte presença de alimentos ultraprocessados oriundos das indústrias de alimentos transnacionais, que produzem e disponibilizam cada vez mais alimentos baratos e com alto potencial nocivo à saúde humana. 



Sabemos que os agravos à saúde humana, provocados por um sistema alimentar insustentável, não se resumem ao problema da obesidade. Parece haver uma lacuna nas notificações de doenças agudas e crônicas relacionadas ao impacto dos agrotóxicos e aos alimentos geneticamente modificados, que vai desde prejuízos mais simples como alergias alimentares até doenças como o câncer. 



Não dá mais para falarmos sobre alimentação saudável sem que isso nos faça pensar sobre o que significa realmente ser saudável. Alimentos e nutrientes não compõem a totalidade do termo “saudável” na alimentação. O que é saudável, de forma alguma, pode ser resumido apenas aos componentes nutricionais ativos potencialmente benéficos à saúde. 



Atualmente temos uma construção mais ampla e profunda sobre o conceito de alimentação saudável. É importante saber se esta alimentação dita saudável é livre de injustiças sociais, como o trabalho infantil e o trabalho escravo. O que comemos é livre de agrotóxico e de transgênicos? Nossa alimentação é rica em biodiversidade? É adequada à cultura local? É baseada em sistemas produtivos solidários como os da agroecologia? A alimentação saudável deve ser mais parecida com o que nossos avós reconheceriam como comida. Sendo assim, ficam de fora todos os alimentos ultra-processados pela indústria (prontos para o consumo, mas com alto teor de gorduras, sal e açúcar). 



Para construirmos coletivamente um conceito mais exato de alimentação saudável precisamos convocar mais atores de nossas redes e movimentos sociais da sociedade civil organizada para:

- Somarem forças na participação social;
- Encontrarem espaços propícios para a ação e a reflexão sobre a alimentação saudável;
- E se envolverem em processos de monitoramento do direito humano à alimentação adequada e exigir que esse direito seja viabilizado para todos e todas.
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Daniela Sanches Frozi é doutora em Nutrição, tem gasto seu tempo apoiando e construindo políticas públicas da alimentação, especialmente para os que vivem em extrema pobreza no Brasil. É membro do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (representante de RENAS) e 1a vice-presidente da Aliança Bíblica Universitária do Brasil. Artigo publicado originalmente em Novos Diálogos

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Coletivo Evangélico promove clamor contra a Corrupção

Um movimento contra a corrupção pessoal e institucional, levado a cabo por entidades cristãs de todo o mundo, pretende ser a voz do clamor da população global contra líderes e governantes que não governam em favor do bem comum. Trata-se do Exposed 2013, com o slogan “Corrupção Mata! Exponha-a! Denuncie! Ponha um foco de luz na Corrupção”. 
Depois de promover uma série de ações de prevenção e combate à corrupção durante o ano de 2013, Exposed realizará entre os dias 14 a 20 de outubro uma Vigília contra a Corrupção Global. Participe desta luta! Clique aqui para ter acesso aos materiais da campanha.
No Brasil, Exposed é coordenado por diversas entidades, dentre elas o coletivo Ame a Verdade: Evangélicos contra a corrupção. Trata-se de um grupo de organizações evangélicas com presença em todo território nacional envolvidas em diferentes ações de defesa de direitos. A Rede FALE é uma das organizações parceiras do Ame a Verdade.
Segundo Serguem Jessui Machado da Silva, representante da Tearfund Brasil, o movimento Ame a Verdade abraçou a causa da Transparência Pública e Governança com o objetivo de aprofundar a compreensão do tema em suas diferentes perspectivas.
“A causa contra a corrupção é, na verdade, um grande clamor pela vida”, ressalta o pastor Daniel de Almeida e Souza Jr, da Aliança Cristã Evangélica Brasileira. “A igreja precisa estar atenta aos processos de morte predominantes em todos os setores da sociedade e, assim, oferecer seu serviço humilde e diligente, que envolve oração e ação, cooperando sempre na promoção da justiça e da paz, valores constituintes do Reino de Deus”, acrescenta.
Para conhecer o site do movimento Ame a Verdade e saber mais à respeito das nossas ações, basta clicar aqui.
Para acessar a página no facebook, clique aqui.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Polícia para quem precisa de polícia: A pedagogia da violência dos governantes do Rio


Por Clemir Fernandes

Educação por si só não muda um país, mas sem educação, sobretudo de qualidade, nenhum país alcança pleno e sustentado desenvolvimento, especialmente humano e social. É o que nos ensina mestre Paulo Freire, que tomo aqui de maneira livre.
A mais recente pesquisa da PNAD (IBGE) revelou, por exemplo, que estatisticamente o índice de analfabetismo se manteve estável, isto é, deixou de cair. Este é apenas um dos muitos problemas no contexto da educação brasileira, que tem ainda repetência, evasão, desestímulo de professores, sobrecarga de atividades dos profissionais, salários e estrutura de trabalho obscenos, modelos pedagógicos ultrapassados e muitos etcéteras.
Mas os professores persistem, resistem e insistem num trabalho sacerdotal pela educação no país. Caso ilustrativo é o Rio de Janeiro onde há 19 anos não havia nenhum movimento de discussão sério que levasse a uma greve, como acontece agora. Não que a situação fosse maravilhosa mas resignados se mantiveram em seu trabalho, procurando outras soluções. Agravando os problemas e também motivados pelas manifestações monumentais de junho e julho em todo país, eles ousaram mais em sua busca de melhor estrutura de trabalho, avanço pedagógico e salários mais dignos.
No entanto, ao invés de dialogar e negociar, com a mesma persistência de trabalho dos professores, os governantes, ao contrário, impõem projetos autoritários, e sem qualquer discussão, proíbem a entrada de professores na casa legislativa outrora conhecida como “casa do povo”. E não satisfeitos com tamanha truculência típica de regimes não democráticos, mandam suas forças de segurança, nomeadamente a Polícia Militar e seus batalhões de choque, agir com violência, como vem acontecendo, especialmente, desde o final de setembro na região central do Rio, onde professores tem se manifestado pacificamente.
E chegou-se a um impasse terrível, fruto da violência física, moral e simbólica contra os professores: as negociações estão cerradas.
O prefeito do Rio massacrou os profissionais da educação com sua ampla maioria na Câmara Municipal e o governador colocou sua polícia na rua para espancar, lançar gás de pimenta e dar tiros. Uma professora morreu a partir da violência da última terça-feira (01/10) na Cinelândia.
Os professores estão se sentindo, com justiça, ofendidos, desmoralizados, violentados. Os relatos de choro, angústia, impotência, tristeza, ira, depressão são vários entre esses profissionais. Como voltar para a sala de aula nessas condições?! Onde encontrar forças e motivação para retomar a tarefa educacional? Enquanto isso, milhares de alunos estão sem aulas; pais e responsáveis com suas estruturas de vida que são muitas vezes precárias, ainda mais complicadas; e as crianças sem alimentação, pois, como é sabido, a merenda escolar é para muitos alunos a alimentação mais importante que recebem diariamente. Óbvio que a responsabilidade é dos governantes que têm agido sem a grandeza, sabedoria e dever que o cargo lhes exige.
Já o tratamento dispensado pelos poderes públicos aos grandes eventos internacionais ocorridos e que virão a acontecer no Rio e em outras partes do Brasil é muito diferenciado. O tratamento é vip! As leis ordinárias do país são desconsideradas para atender extraordinariamente a interesses privados, sobretudo do grande capital internacional. Para quem constrói a base primária do país, em cujo estrado se sustenta todo o edifício de desenvolvimento da nação – que são os profissionais de educação – o tratamento é a brutalidade, com violência simbólica e física.
E a sociedade, sobretudo seus intelectuais, permanecem calados. Não surge ninguém para mediar esse conflito, para convocar as partes, principalmente exortar os poderes públicos a tratar com a responsabilidade de quem é a parte mais forte e tem mandato público a agir de maneira respeitosa com os professores. Cadê a OAB, a ABI, a CNBB, as demais grandes representações do país, inclusive grupos evangélicos?! Sim, existem algumas manifestações pontuais, mas de grupos menos expressivos para a ampla sociedade.
É tempo de oração, mobilização, reflexão, pois a causa é justa. Quem sabe fazer o bem e se omite, diz a linguagem religiosa do apóstolo, comete pecado (Tg 4.17). Jesus, ao contrário, jamais se omitiu, mas andou por toda parte fazendo o bem, informa outro apóstolo (At 10.38). Ao que completa o teólogo René Padilla: A tarefa da igreja é dar continuidade a essa missão de Jesus.
O que temos feito, o que estamos fazendo e o que devemos fazer?
Ouçam, a sabedoria está gritando nas praças e nas ruas (Pv 1.21).
Clemir Fernandes é pastor e formado em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul, em Ciências Sociais (UFF), mestre em Sociologia (UERJ) e doutorando em Ciências Sociais (UERJ). É pesquisador do Instituto de Estudos da Religião (ISER), redator da revista de estudos bíblicos Compromisso (Juerp/Convenção Batista Brasileira), coordenador do grupo gestor da RENAS-Rio, e do núcleo do Rio de Janeiro da Fraternidade Teológica Latino Americana-Brasil. É editor-adjunto da revista Novos Diálogos e apoiador da Rede FALE.
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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Ato Público Evangélico em favor dos professores e da educação no Rio



Nos últimos dias,  a categoria  dos professores  no Rio de Janeiro, que está em greve a mais de 50 dias,  tem sido alvo da  truculência policial em suas manifestações. Há vários relatos e imagens que comprovam o abuso de poder e uma repressão desmedida. Os policiais usaram bombas de efeito moral, cassetetes e de gás lacrimogêneo numa repressão e que tem gerado repulsa em amplos setores da sociedade carioca e brasileira. A  Rede FALE RJ, junto com a Rede Evangélica Nacional de Ação Social do Rio de Janeiro (RENAS RJ) e a Escola de Missões Verbalizando realizam no dia 8 de outubro uma mobilização em favor dos professores e da educação. 

Ronilso Pacheco, membro da Rede FALE RJ problematiza sobre o problema: “Decididamente a educação não é tratada como um valor importante“ afirma Pacheco. Para ele, há pouco investimento efetivo nas escolas no que diz respeito a qualidade, mas isso tem muito pouco a ver com o investimento do município. Ronilso arremata: “Não vamos fazer "um ato público evangélico" e sim fazer um "ato público evangélico pela causa dos professores e da educação".
  

O Pastor Batista, Clemir Fernandes, o evangelho chama a Igreja para o envolvimento na defesa da educação. “Professores são violentados, crianças e famílias desrespeitadas e o que a gente que se diz anunciador das boas novas faz o quê? Quem sabe fazer o bem, diz o apóstolo, e não faz comete pecado“.  Clemir finaliza lembrando que esse é um ato de convergência: “É uma contribuição a mais, numa perspectiva evangélica, com uma estrutura já desenvolvida pelo FALE. Não são queremos concorrer com outros atos, mas convergir com eles“.